segunda-feira, 31 de maio de 2010

O pesadelo de ser eu




Acordo e me olho no espelho, tenho a imagem de um coitado, de um safado, um homem sem sonhos, um homem sem razão ou propósito. Homem sem cara, cara sem honra, honra sem mérito, mérito que não tem importância, pois o homem não é mais homem.
Acordo e vejo um intruso na minha cama, um eu que representa o regresso da evolução.

Então sou um lixo!

Sou o que posso chamar de água turva intragável; Sou o resto dos restos da lavagem dos porcos; A buzina que não funciona e provoca acidentes; O espelho quebrado que da azar a si mesmo; Uma fonte no meio do nada que nenhum andarilho à de beber, pois há fezes dos corvos do passado, presente e futuro em mim.
Sou o sentido do nada.
Sou a falta de sentido do tudo.

Um comentário:

  1. E viva as vanguardas!! *-*
    Sem dúvidas me senti no clima de início da geração literária modernista! *______________________*
    Parabéns, meu lindo!
    Não sabia que além de tudo vc tinha a capacidade [n gosto da palavra dom] da boa escrita!
    =*

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